TikTok: ex-moderadores de conteúdo processam empresa por “trauma psicológico”
Dois ex-revisores de conteúdo do TikTok estão processando a empresa e alegam falha em apoio adequado à saúde mental durante o período de trabalho. Ambos citam a insalubridade da função, que consiste em retirar vídeos de teor “profundamente perturbador” da plataforma.
O processo foi apresentado na última quinta-feira (24) em um tribunal federal na Califórnia por Ashley Velez e Reece Young. Os dois eram funcionários terceirizados, contratados por meio das empresas Telus International e Atrium.
O processo alega que TikTok e ByteDance violaram as leis trabalhistas da Califórnia ao não fornecer a Velez e Young suporte adequado à saúde mental, apesar dos riscos mentais das “atividades anormalmente perigosas” com as quais se envolveram diariamente.
Também é alegado que as empresas pressionaram os moderadores a revisar grandes volumes de conteúdo extremo para atingir as cotas e, em seguida, amplificaram esse dano, forçando-os a assinar NDAs para que não pudessem discutir legalmente o que viram.
“Os réus falharam em fornecer um local de trabalho seguro para os milhares de contratados que são os guardiões entre o conteúdo não filtrado, repugnante e ofensivo carregado no aplicativo e as centenas de milhões de pessoas que usam o aplicativo todos os dias”, afirma o processo.
Outro ponto citado é que, apesar de conhecerem os riscos psicológicos da exposição prolongada a tal conteúdo traumático, TikTok e ByteDance não fizeram nenhum esforço para fornecer as melhorias apropriadas.
TikTok: sequelas
O processo descreve como os dois demandantes passaram 12 horas por dia revisando conteúdo extremo e perturbador, incluindo abuso sexual infantil, estupro, tortura, bestialidade, decapitações, suicídio e assassinato.
Além do conteúdo gráfico, o processo descreve como Velez e Young também foram repetidamente expostos a discursos de ódio e teorias da conspiração que também tiveram um impacto negativo em seu bem-estar mental.
Outra moderadora de conteúdo do TikTok, Candie Frazier, entrou com um processo semelhante em dezembro, mas o caso não avançou.